domingo, 12 de agosto de 2012

47° dia: 12 de agosto, domingo

Vou tentar escrever a postagem de uma vez, rápida, precisa, sem respirar.

*
Recebi a sua primeira carta, a que deveria ter chegado antes daquela que a sua mãe trouxe, na sexta. Na verdade a clínica só colocou no correio essa semana (vi pelo carimbo da postagem), e sei que você vai ficar triste por isso... Acontece! Importante é que chegou!
A carta mexeu muito comigo... O amor que você demonstra nela parece tão doce e genuíno. A impressão que dá é que você começou a descobrir de verdade o que quer. Mas, ao mesmo tempo, ela chegou num momento de profundo desânimo da minha parte... O domingo passado mexeu mais em mim do que qualquer outra coisa.
Como acreditar na beleza do sentimento que você diz ter? e como lembrar do que eu tinha pedido se o Timão ganhasse a Libertadores, antes de você ir? Você está me devendo alguma promessa e eu também não lembro.
Tudo só se resolverá com a sua chegada e uma conversa longa e intensa, nossa. Se você disser a verdade, falar o que aconteceu no passado, eu vou crer que o seu caráter mudou. Se continuar mentindo, é que o tratamento não foi tão profundo quanto eu esperava. Agora é esperar.

*
Conversei sobre você com o meu pai, pois ele me viu chorando lendo a carta (diferente da minha reação com a primeira, nessa eu chorei e chorei muito. Não só pelo conteúdo em si, mas por minhas dores diárias) e aparentemente ele está bem, quanto a você. Disse que gosta de você, que você é especial para nós e que é para eu ter calma e esperar.
Ontem, fomos almoçar no Churraskilo e quando ele pegou coraçãozinho ele falou de você e, sei lá, deu até um calafrio de lembrar como era bom... Era.

*
Ontem eu ia sair com uns amigos, íamos ao Estância, mas o que ia dirigindo acabou dizendo que algo lhe dizia que não era para ir. Desistimos então. Talvez aconteceria algo se a gente fosse e que bom que ouvimos a voz do Senhor.
Em contrapartida, o Rafa veio passar umas horas aqui comigo... Chegou às 20h30 e foi embora de madrugada. Ficamos conversando sobre tantas coisas e agora a rede é nossa e ele me dá uns conselhos lindos e completa minha necessidade de conversar, que você sabe que tenho sempre. Chorei, ri e fiquei nervosa, e ele me acalmando. Você não tem motivos para não "gostar" dele, pois você me deixou aqui e ele está suprindo da maneira dele, com respeito e doçura.

*
Vou para a missa e não estou com vontade de chamar pelo seu retorno hoje. Desculpe.

Nenhum comentário:

Postar um comentário